A expansão do mercado de games no Brasil tem despertado a atenção dos jovens para uma nova possibilidade de carreira no setor.

O mercado é amplo: é possível trabalhar no desenvolvimento de jogos para consoles, computadores e até dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Dessa forma, o game designer tem inúmeras possibilidades de atuação na área, tanto como gerente de uma equipe quanto trabalhando diretamente no jogo.

Neste artigo, apresentamos o que faz um game designer para quem tem interesse em conhecer mais sobre um dos setores do mercado que mais se desenvolvem no Brasil. Confira!

Funções do game designer

A área de desenvolvimento de jogos eletrônicos está ganhando espaço no país, já que o mercado de games cresce a cada ano. Há alguns anos, ninguém acreditaria, por exemplo, que competições de e-sports seriam televisionadas. Hoje, um estudo do Goldman Sachs prevê que esses eventos terão uma audiência similar à da NFL (National Football League) em 2022.

Logo, as oportunidades nesse meio estão aumentando gradualmente. Se você pretende ser um game designer, o primeiro passo é entender melhor o que faz esse profissional. A responsabilidade dele é realizar todo o planejamento de interface, enredo, mecânicas e interatividade do jogo.

Ou seja, ele deve pensar em como o jogo pode ficar mais divertido e interessante para o público-alvo. Assim, surgem diversas funções que o designer de games pode cumprir dentro do game, como ser o designer chefe, designer de sistema, designer de fase e redator.

Designer chefe

Ao criar um jogo, é preciso, primeiramente, definir alguns pontos-chave que guiarão o desenvolvimento. Um deles é o tipo de mecânica básica: plataforma de aventura, corrida infinita, lançamento, mundo livre, entre outros. Além disso, também é preciso alinhar o estilo gráfico do jogo, o que envolve mais do que a escolha entre 2D e 3D, incluindo também se será mais realista ou mais estilo cartoon, por exemplo.

Esse profissional é responsável por coordenar toda a equipe e desenvolver o conceito do jogo para que todo o time esteja alinhado. Ele pode ser tanto o dono do estúdio de desenvolvimento quanto um líder designado pela empresa.

Designer de fase

O designer de fases é responsável por equilibrar as fases, desafios e missões do jogo. Por exemplo, a quantidade de bônus, vida, dano e pontuação dentro dela. Ele é muito importante, porque, se uma etapa do game está em um dos dois extremos de dificuldade (muito fácil ou muito difícil), o jogador pode perder o interesse muito rapidamente, afetando diretamente o sucesso do produto.

Redator

Por fim, o redator é o responsável pela narrativa do game. Além de pensar na história de forma geral, ele também precisa elaborar diálogos, cenas, dicas, tutoriais e até mesmo qualquer tipo de interação que o jogador necessite fazer ao longo do percurso, de forma que fique coerente com o que está sendo contado.

Um exemplo são os jogos que usam o próprio game para explicar a jogabilidade, para isso, é importante criar uma pequena história que complemente o enredo central ao mesmo tempo em que esclarece alguma regra ao jogador.

Perfil

Além de saber o que faz um game designer, para seguir a profissão, você também deve entender como é o perfil para essa carreira. O profissional de desenvolvimento de games deve ter certas habilidades para ser bem-sucedido na área. Listamos abaixo 5 dessas características para que você veja se tem o perfil da profissão.

Grande interesse por jogos e tecnologia

Os game designers precisam conhecer e gostar muito de jogos de entretenimento para fazerem um bom trabalho. Isso pode ser um pouco óbvio, mas esse interesse faz toda a diferença na hora de analisar games e criar a estrutura deles. Quem gosta muito de jogos, conhece detalhes desses produtos.

Uma pessoa que é apaixonada por games sabe, por exemplo, se determinada missão é inovadora ou ultrapassada e se certas jogadas ou trilhas sonoras podem estragar o jogo em vez de aprimorá-lo. Todas essas informações podem parecer simples para quem se interessa bastante por jogos, mas muitas pessoas não conseguem fazer essas distinções.

Então, ao serem usuários assíduos de jogos, os game designers facilitam bastante o próprio trabalho e aumentam a qualidade dele. Se interessar por tecnologia também é fundamental, porque esse tipo de profissional trabalha diariamente com vários equipamentos tecnológicos e com programação.

Muito criativo

Quem escolhe seguir a carreira de game designer precisa ser bastante criativo, porque o trabalho desse profissional é basicamente desenvolver jogos inovadores e atrativos. Ele pode ter que criar, por exemplo, o enredo do game, os cenários, personagens e as missões de cada fase.

Sendo assim, para fazer um bom trabalho, o designer deve ter criatividade para inovar a cada game desenvolvido. Afinal, ninguém deseja experimentar jogos novos que parecem mais do mesmo, não é? O game designer ainda deve buscar sempre maneiras de estimular sua criatividade. Uma forma bacana de fazer isso é testar jogos de diversos estilos, ficar de olho nas notícias e tendências mundiais.

Bom para trabalhar em equipe

Um jogo até pode ser desenvolvido por um ou poucos profissionais, mas ele costuma ficar bem mais interessante quando vários game designers trabalham juntos em sua criação. Juntar profissionais de diferentes áreas, como redatores, designers chefes e de sistemas é excelente, porque conhecimentos e pontos de vistas distintos se unem.

Isso é ótimo para estimular a criatividade do time e a criação de um produto com qualidade técnica elevada. Como o serviço envolve diversas pessoas, os game designers precisam saber se comunicar e trabalhar bem em equipe. Dessa forma, eles conseguem explicar claramente para o restante do time o que estão fazendo, como está o desenvolvimento de suas tarefas e é mais difícil haver mal-entendidos.

Alta capacidade de resolução de problemas

Ter alta capacidade de resolução de problemas é mais uma habilidade necessária para quem deseja se tornar um game designer. Essa característica é essencial, porque durante a criação de jogos, aparecem diversos problemas que precisam ser solucionados rapidamente.

Alguns exemplos de problemas que podem surgir no desenvolvimento de games são defeitos em personagens, falhas em cenários ou na mudança de fases. Eles podem aparecer por diferentes motivos, como bugs ou erros humanos. Mas, o produto obviamente não pode ser lançado dessa maneira.

Então, os empregadores de game designers buscam nesses indivíduos a habilidade de resolver problemas para garantir que os resultados de seus jogos serão bastante satisfatórios, independentemente das complicações no caminho. Ser ágil para solucionar os defeitos é igualmente importante, porque assim é possível reduzir custos.

Busca frequente por atualizações

Um game designer não pode se contentar somente com uma graduação ou a realização de um curso livre. Ele deve continuar estudando e se atualizando frequentemente, porque o ramo de desenvolvimento de jogos é um meio em que inovações tecnológicas, novos recursos e tendências estão sempre surgindo.

Sendo assim, ao se manter atualizado, o profissional continua criando trabalhos inovadores e de qualidade. Já um game designer que para de estudar ao entrar no mercado de trabalho dificilmente dura muito tempo na profissão, pois seus serviços deixam de ser competitivos no mercado.

Qualificação

Para vivenciar tudo o que faz um game designer, é preciso se qualificar. Atualmente, já é possível fazer uma graduação ou um curso tecnológico de Design de Games, chamado também de Jogos Digitais, em universidades brasileiras. Mas, essa não é a única forma de ingressar no mercado de design de jogos.

Muitos profissionais da área são formados, por exemplo, em Design Gráfico, Design Industrial, Ciências da Computação e Sistemas de Informação. Outra maneira ótima de conhecer e compreender as teorias e práticas desse ramo é fazendo cursos livres que focam em temas essenciais para um game designer.

Essas formações são interessantes para quem já tem uma graduação, curso técnico, para quem ainda não pode entrar em uma universidade e para quem deseja se especializar em um campo do design de games. Afinal, elas focam em um tema e ajudam os estudantes a se aprimorarem bastante naquela área. Um curso livre no campo de design de games pode ser voltado para:

  • ilustração vetorial;
  • animação 2D ou 3D;
  • uma ferramenta muito usada no meio, como Photoshop;
  • ·criação de cenários, personagens e equipamentos;
  • composição e textura;
  • criação da programação de jogos;
  • desenvolvimento de HUD (interface do game).

Os cursos livres também são bastante interessantes, porque ajudam pessoas que ainda não estão inseridas na área de design de games a descobrirem quais funções elas mais gostam e têm mais aptidão. Com isso, elas conseguem direcionar suas carreiras para áreas em que terão mais chances de serem bem-sucedidas e felizes.

Escolher cursos livres para se qualificar em design de games é bom ainda, pois eles têm curta duração. Portanto, mesmo que você tenha outros compromissos no dia a dia, como estudos e um trabalho, é capaz de dar conta de tudo e não precisa perder uma oportunidade excelente para seu futuro.

Mercado de trabalho

Se alguém perguntar para você “O que faz um game designer?”, você já sabe o que responder, mas ainda falta saber como é o mercado de trabalho para o profissional. De acordo com um estudo da consultoria Newzoo, o Brasil é o 13º maior mercado de games no mundo e o principal da América Latina.

Esse mercado cresceu durante a pandemia e vai continuar aumentando em 2021, ainda segundo a pesquisa da Newzoo. O esperado é que esse setor renda R$ 12,3 bilhões, o que geraria um crescimento de 5,1% no ano a ano. Isso é excelente para quem deseja seguir uma carreira na área de design de games, porque gera mais oportunidades de emprego.

Áreas de atuação de game designers

Hoje em dia, os game designers podem atuar na criação de vários produtos, como jogos para entretenimento, para treinamentos e recrutamentos de empresas e educacionais. Eles também podem fazer conteúdos para sites, peças para campanhas de marketing, materiais e aplicativos para celulares e tablets.

Por isso, existem várias empresas que buscam esses profissionais. Algumas das instituições que geralmente empregam game designers são agências de publicidade, produtoras de vídeo e cinema, desenvolvedoras de softwares e, é claro, empresas que trabalham com desenvolvimento de jogos.

Se preferir, o profissional ainda pode atuar como freelancer e prestar serviço para diversas empresas. Nesse caso, geralmente ele trabalha remotamente e recebe por projetos. Não há uma opção melhor ou pior que a outra entre ambas, o game designer é que deve analisar qual tipo de carreira se adequa mais às suas necessidades e preferências.

Média salarial

O salário desse profissional no Brasil pode variar bastante, de acordo com a função que ele exerce, seu nível de experiência e o porte da empresa em que trabalha. Um redator que está entrando no mercado de trabalho, por exemplo, vai ter um salário diferente de um designer chefe.

Segundo o site Educa Mais Brasil um game designer júnior em uma empresa média ganha R$ 1.597,88, enquanto um profissional sênior recebe R$ 2.496,21 por mês. Já o site Salário informa que a média salarial dos designers de games atualmente é de R$ 3.938,58, sendo que a renda pode chegar a até R$ 9 mil por mês, dependendo das variáveis mencionadas.

Desafios para o futuro

A realidade virtual já é utilizada há mais de 20 anos, mas até hoje ainda não atingiu todo o seu potencial de popularidade nos games. Alguns jogos, como Need for Speed No Limits VR, já fazem uso dessa tecnologia, contudo, ainda não é muito popular por precisar de óculos especiais de realidade virtual e de controle específico.

Outro desafio para os desenvolvedores de jogos é a respeito dos smartphones. Os dispositivos móveis cada vez mais se tornam um aparelho essencial na vida das pessoas, portanto, o desenvolvimento para eles é massivo, sendo bastante difícil se destacar no meio de tantos outros jogos publicados.

Utilizar recursos nativos dos celulares como um elemento de jogabilidade pode ser um diferencial do seu game, como é o caso do Pokémon Go, que usa a geolocalização para a caça aos pokémons.

Agora que você já sabe o que faz um game designer, dá para notar que ele tem um papel muito importante no desenvolvimento de jogos e que, assim como toda a equipe, pode se aproveitar dos desafios para o futuro para se destacar na área. O mercado tem muitas possibilidades para o profissional com a qualificação correta, não faltarão oportunidades.

E aí? Gostou do post e está ansioso para criar seu primeiro game? Então que tal se inscrever em uma Oficina Gratuita de Criação de Games para começar sua caminhada na área de desenvolvimento de jogos e entrar para o time dos game designers do Brasil!

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